Caminhoneiros denunciam roubos, venda de drogas e prostituição no RN
Sem policiamento fixo, uma repartição pública do governo do estado está se tornando ponto de venda de entorpecentes e de prostituição, além de oferecer riscos à integridade física e patrimonial de caminhoneiros, que sofrem ameaças de travestis e têm seus pertences roubados. Trata-se do posto fiscal Caraú, no município de Baía Formosa, por onde, diariamente, passam cerca de mil caminhões por dia. O local deveria contar com uma equipe fixa de quatro policiais militares por dia da Companhia PM de Canguaretama, mas, segundo o próprio comandante da unidade, capitão PM Marcones Fernandes, eles não estão trabalhando no posto porque a Secretaria Estadual de Tributação (SET) não paga as diárias dos policiais desde dezembro do ano passado. "A escala de serviço está aqui pronta. Assim que pagarem, eu tenho homens já definidos para irem trabalhar no posto".
O presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar da Região Agreste (Asspra), o soldado PM Heitor Rodrigues, confirma que a ausência dos PMs no posto fiscal de Caraú se deve à falta de pagamento das gratificações. Ele explica que essa remuneração é destinada a pagar aos policiais que na sua folga tiram serviços no posto. Os atrasos, segundo ele, são referentes aos meses de novembro e dezembro dos anos de 2010 e 2011. "Lembrando que não é obrigação dos policiais trabalharem neste Posto. Eles são voluntários e precisam desse extra. Contudo, independente disso, a Companhia PM de Canguaretama faz o patrulhamento no local e atende as ocorrências. Não podemos ficar com uma equipe fixa no posto fiscal, pois traria uma perda ao policiamento na cidade", comenta Heitor.
O comandante da CPM de Canguaretama, capitão Marcone Fernandes diz que a escala de serviço dos policiais que deveriam trabalhar no posto fiscal está pronta, mas devido a falta de pagamento das diárias por parte da Secretaria de Tributação, nenhum dos policiais se dispõem a ir para esse trabalho. Ele detalha que os policiais escalados fazem esse serviço em seus dias de folga para poderem ganhar a gratificação extra, de forma voluntária. "Mas eles só têm intenção de voltar ao posto se for paga a diária. E se eles não vão, não tenho como deslocar do efetivo normal do dia para manter uma equipe fixa lá. Porém, se essa diária for paga hoje, já tenho aqui os nomes de quem deve assumir o serviço no local imediatamente".